News — 28 April, 2023
Notas de campo: Equipe Humanitária do OpenStreetMap
Fabrizio Scrollini, novo diretor do Hub de Mapeamento Aberto para a América Latina e o Caribe, compartilha suas impressões sobre os primeiros dias de trabalho com a equipe do Hub, o que foi feito e o que está por vir.
Na segunda-feira, 17 de abril, foi o meu primeiro dia como Diretor Regional do Hub para a América Latina e o Caribe da Equipe Humanitária do OpenStreetMap. Eu estava na prefeitura municipal de Tulum, cercado por líderes locais, funcionários municipais, organizações parceiras da HOT e meus colegas Céline e Pete, que me receberam calorosamente.
O projeto Open Cities México se encerra em Tulum e deixa pronto informações geográficas completas e de alta qualidade para este território. Literalmente milhares de pessoas, cujas localidades não apareciam no mapa e, portanto, eram desconsideradas no planejamento local, agora estão representadas. Porém, aqueles de nós que trabalhamos com dados sabemos que não é apenas isso. Trata-se do reconhecimento dessas comunidades, do seu tratamento respeitoso e da sua contribuição para o desenvolvimento deste território no sul do México. O mapa é apenas o começo, mas um começo fundamental.
A informação, associada à ação e à educação, é a chave para avançar no desenvolvimento comunitário. Ninguém pode construir seu futuro se não souber onde está e não puder se apropriar disso. Tulum enfrentará seus próprios desafios de desenvolvimento, mudanças climáticas e sustentabilidade, mas agora o fará com melhores bases. Um melhor conhecimento do território não garante o desenvolvimento, mas é um elemento essencial para que todos envolvidos possam ter um diálogo verdadeiro sobre o futuro e os riscos que enfrentam em comunidade. O que vi em Tulum tem vários ingredientes do que queremos construir na América Latina e no Caribe.
Durante o último ano, o Hub regional passou por sua fase inicial, explorando diferentes sinergias com atores e comunidades em nível local e regional. Essas ações, lideradas pela minha colega Céline Jacquin e pela equipe de trabalho na América Latina e por Philip Hippolyte no Caribe, demonstram o valor que HOT traz para a região.
Em um futuro próximo, o Hub elaborará uma estratégia para ouvir e agir com a comunidade de mapeadores, os governos locais e nacionais, bem como as comunidades temáticas, a fim de estruturar melhor nosso trabalho. Em particular, queremos nos concentrar no que significa o mapeamento humanitário na América Latina e no Caribe, quais são as prioridades regionais e conceber metodologias para um trabalho ágil e em conjunto, aproveitando a capacidade da HOT para catalisar a comunidade de mapeadores em prol do desenvolvimento e da ação humanitária da região.
Qualquer pessoa que tenha trabalhado na América Latina e no Caribe sabe que essa região é diversificada, que suas necessidades variam de acordo com o contexto e que oferece desafios e oportunidades únicas. Sua força reside em sua diversidade, de língua, desafios e formas de abordar soluções. Migração, inclusão de comunidades indígenas na governança territorial, resiliência e vulnerabilidade às mudanças climáticas, lacunas de gênero no contexto latino-americano e governança de dados geográficos são apenas alguns dos temas que emergem como óbvios.
O Hub naturalmente não pode cobrir tudo, mas pode escolher suas prioridades, buscar organizações e comunidades parceiras e ser parte de um movimento global graças à sua expertise em mapeamento. “Dê-me um ponto de apoio e moverei o mundo”, disse um sábio grego para explicar o funcionamento de uma alavanca. Vamos trabalhar com a ideia de que os dados geográficos são um meio de alavancar o desenvolvimento da nossa região e convidamos você a fazer parte disso.