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News — 07 March, 2024

Mapeando Nossa Comunidade: A Jornada de Paula dos Santos Silva na Amazônia

Descubra a incrível jornada de Paula dos Santos Silva na Amazônia, onde ela mergulha na paixão pela geografia e se dedica a mapear as dinâmicas das comunidades ribeirinhas. Desde sua trajetória acadêmica em Tefé até seu trabalho atual de pesquisa sobre as "terras caídas", Paula compartilha sua experiência e destaca a importância do mapeamento para revelar as raízes e tradições dessas comunidades, garantindo sua visibilidade e reconhecimento.

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A Amazônia, com sua vastidão e complexidade, muitas vezes esconde histórias fascinantes. Uma dessas histórias é a jornada de Paula dos Santos Silva, uma mulher de 35 anos nascida na comunidade ribeirinha de São Luís do Macari. Paula, mãe dedicada de uma menina de 13 anos, mergulhou de cabeça em sua paixão pela geografia e na missão de compreender e mapear as dinâmicas das comunidades ribeirinhas na região amazônica.

A trajetória acadêmica de Paula teve início em Tefé, movida pelo desejo de aprimorar seus conhecimentos em geografia. Graduada e especialista pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Paula está atualmente envolvida em uma pesquisa para o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (Maumirauá) sobre os impactos do fenômeno das “terras caídas”, um processo de erosão que tem afetado as comunidades ribeirinhas.

Para Paula, mapear vai além das quatro paredes da sala de aula. Ela compartilha sua vivência, destacando a importância da visão da comunidade para a compreensão de seu trabalho. Em suas palavras, “Mapear é o que eu amo fazer; na geografia, eu não tive essa base, pois estava sem professores na UEA. Ficamos sem professor e tivemos algumas dificuldades. Quando voltou da pandemia, meu maior suporte foi o professor Dr. Francisco Davy Braz Rabelo. Tive que aprender quase tudo sozinha, contei com suporte fundamental de oficinas com a Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ)”.

Paula - Tefé, Amazônia.png

As atividades de mapeamento de Paula buscam dar visibilidade às comunidades ribeirinhas, revelando suas raízes e tradições. Ela destaca a necessidade de os alunos se enxergarem e reconhecerem sua existência. “Serviços não vão chegar se não tem visibilidade do território, de como chegar. A Amazônia é muito dinâmica, precisa mapear constantemente”, enfatiza Paula, consciente da importância vital de seu trabalho.

Paula 2 - Tefé, Amazônia.png

A participação ativa da comunidade é um pilar central para Paula. Antigos moradores compartilham conhecimentos valiosos, mostrando locais afetados pela erosão e fornecendo informações cruciais. Para ela, “o conhecimento de mapear seria de grande relevância para os ribeirinhos mapear seus próprios territórios é o conhecimento empírico junto a ciências.” Paula enfrenta desafios como a distância e a falta de infraestrutura ao se dividir entre a comunidade antiga e a nova, mas sempre com o propósito de garantir que essas comunidades não se tornem invisíveis. Nas palavras de Paula, “mapear significa que as comunidades serão reconhecidas no mapa, eu existo”.

Paula 3 - Tefé, Amazônia.png

Os desafios tecnológicos, enfrentados ao utilizar geotecnologias, também são compartilhados por Paula. “Onde está e o que está aqui?” questiona ela, destacando a colaboração coletiva entre alunos como fundamental. Paula reforça a importância de unir sua vivência com as tecnologias para superar obstáculos e aprender durante sua jornada.

Paula 4 - Tefé, Amazônia.png

A Defesa Civil desempenha um papel crucial no suporte às comunidades, algo que Paula ressalta com ênfase. Ela destaca a importância de ter mapas para garantir o acesso em situações de desastre e a necessidade de capacitações constantes para os agentes da Defesa Civil, que frequentemente enfrentam lacunas de recursos e ferramentas.

Na vastidão da Amazônia, pessoas como Paula se tornam defensoras incansáveis, permitindo-nos enxergar o invisível e reconhecer a importância de mapear não apenas territórios, mas também vidas e histórias.