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News — 07 November, 2022

América Abierta 2022, o desafio dos dados abertos

O América Abierta, anteriormente conhecido como AbreLatam/ConDatos, é o evento regional sobre dados abertos e governo aberto, que reúne organizações e indivíduos que trabalham nessas questões.

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Foto (e a seguir) retirada do álbum America Abierta (2022) da perfil da Open Government Partnership no Flickr sob uma licença CC Atribuição 2.0 Generic (CC BY 2.0).

Na última semana de setembro, foi realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, o evento “América Abierta”, anteriormente conhecido como AbreLatam/ConDatos, uma série de atividades e conferências sobre dados abertos e governo aberto, que reúne especialistas de toda a região para conversar e criar sinergias sobre dados, governo, sociedade civil e comunidades.

Este evento acontece desde 2013 -o primeiro AbreLatam aconteceu em Montevidéu- e desde então tem crescido em abrangência e participação. As duas últimas edições foram realizadas virtualmente e esta ocasião representou a oportunidade para a comunidade interessada em dados da região se reencontrar pessoalmente e também para novos membros se juntarem e contribuírem para o catálogo coletivo de experiências e conhecimentos.

Este reencuentro de diversas comunidades nos permitirá conectar actores para trabajar juntos y juntas por una América más abierta, democrática y sostenible. Particularmente, en temas trascendentales como transparencia, integridad, prevención y lucha contra la corrupción, protección de derechos y libertades, gobernanza democrática, datos y tecnología para el bien común, inclusión de grupos vulnerables, participación y colaboración ciudadana, protección del medio ambiente y desarrollo sostenible. (Fuente: América Abierta)

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Falar de dados abertos pode parecer algo especializado para o público em geral, mas é essencial para a transparência e o combate à corrupção, e deve estar na agenda de mais organizações da sociedade civil que também podem se beneficiar do uso de dados que podem ter um impacto em suas atividades ou em seus públicos-alvo. Certamente é um campo que precisa de conhecimento técnico, movimento cidadão ativo e abertura dos governos, sendo este último algo que oscila com os altos e baixos políticos de cada cidade ou país.

As questões de dados abertos georreferenciados em geral ou mapeamento aberto em particular, embora tenham tido um certo papel nas edições anteriores do evento, nesta ocasião (ver programação do evento) foram mencionadas apenas de passagem e com poucos projetos de destaque. Dito isso, nas conversas que costumam acontecer nos corredores surgiram casos de uso ou a necessidade de usá-los, o que mostra que há atores na região interessados ​​no assunto.

Em todo esse contexto, uma das coisas importantes dos três dias do evento foi a Declaração da América Aberta, um documento com ideias claras sobre o que a comunidade de dados abertos deseja para a região. Como exemplo extraio algumas citações do referido documento:

Queremos uma América Aberta para que a cidadania seja genuinamente incluída e o exercício dela seja livre. Queremos uma justiça aberta que, além de eficiente e acessível, garanta os direitos de todas as pessoas.

Queremos uma América Aberta que dê visibilidade a grupos que foram estruturalmente excluídos dos espaços decisórios e cujos direitos ainda são sistematicamente violados, como mulheres, comunidades indígenas, pessoas LGTBQ+ e comunidades afro. Nada em seu nome, sem que seja feito em conjunto.

Quase 10 anos após a chegada da agenda de dados abertos, queremos que sejam colocados a serviço das questões que importam, com a qualidade que se exige, como direito da cidadania e não por boa vontade do poder de volta. E nós os queremos sobre como nosso dinheiro é gasto, como nossos contratos são executados, mas também sobre como nossos serviços públicos funcionam, e como contamos aqueles que foram invisibilizados pelos aparelhos estatais que ainda herdam as práticas colonialistas. (Fonte: Declaração da América Aberta)

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No encerramento do evento, foram feitas duas perguntas a alguns dos participantes. Em primeiro lugar, o que tiraram da “América Aberta”, minha resposta seria que as pessoas, conhecendo tanta gente que faz coisas às vezes em circunstâncias adversas, ajudam a se inspirar e continuar trabalhando no que acredita e gosta. Em segundo lugar, perguntou-se qual era a tarefa deles, já que a minha/nossa seria trabalhar para que no próxima América Abierta o tema do mapeamento aberto seja o protagonista, tanto nas experiências compartilhadas quanto nas oportunidades de colaboração.

Como mencionei em parágrafo anterior, embora o mapeamento não tenha tido lugar de destaque no evento, pôde-se verificar o interesse das organizações e das pessoas em utilizá-lo. Na verdade, já existem organizações fazendo isso, como DataSketch da Colômbia ou DataLabe do Brasil. Outra coisa que se viu é que existem pontos em comum com várias organizações e comunidades da região que atuam diretamente em nossas áreas de impacto (para lembrar: Desastres e resiliência climática, Saúde pública, Igualdade de gênero, Cidades e comunidades sustentáveis, Deslocamento e migração segura).

Assim - e recapitulando - há interesse em mapear, conhecimento de como mapear e experiência em abordar questões comuns espalhadas por vários países da região, mas falta dinamismo, divulgação e apoio na criação de sinergias. E é aí que o Hub deve se concentrar, porque a comunidade regional de dados abertos é como a comunidade natural de mapeadores e pessoas interessadas em mapeamento aberto. A América deve estar aberta ao mapeamento aberto. Ainda temos limites a ultrapassar, barreiras a quebrar, realidades a descobrir. Vamos abrir a América para ao mapeamento aberto!

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Aliás, não perca os depoimentos de Flor Otárola (Camba), Leo Gómez (TEDIC) e Sebastian Neter (Wingu) sobre o OpenStreetMap.

* Este post é uma versão adaptada pelo autor do que foi publicado em sua newsletter pessoal.