O Projeto de Mapeamento Colaborativo e Inclusivo do Médio Solimões é uma iniciativa desenvolvida em parceria entre pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei, do Centro de Estudos Superiores de Tefé da Universidade do Estado do Amazonas e do Hub da América Latina e Caribe da HOT. Este projeto visa preencher lacunas cartográficas e fornecer informações precisas sobre o Médio Solimões, utilizando a plataforma OpenStreetMap (OSM) como ferramenta central.

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CONTEXTO

O Brasil, conhecido por seu vasto território e ecossistemas diversos, abriga a Amazônia, um reservatório de biodiversidade de importância global. No entanto, o tamanho imenso da Amazônia gera desafios cartográficos, resultando em invisibilidade cartográfica. Esse fenômeno tem implicações profundas, afetando direitos territoriais, distribuição de ajuda humanitária e eficiência no planejamento de rotas.

A região amazônica enfrenta a invisibilidade cartográfica, dificultando a representação precisa em mapas e GPS. Essa lacuna de informações afeta a identificação geográfica da população local, impactando questões como direitos territoriais e assistência humanitária. Para enfrentar isso, o Projeto de Mapeamento Colaborativo e Inclusivo utiliza tecnologias avançadas, incluindo Aeronaves Pilotadas Remotamente e Receptores GNSS.

O objetivo é reduzir a invisibilidade cartográfica e promover o desenvolvimento sustentável. Aprendendo com o bem-sucedido projeto Tefé, o engajamento comunitário e a aprendizagem entre pares são cruciais. Esta proposta visa expandir o impacto do projeto para a região mais ampla do Médio Solimões, baseando-se em estratégias comprovadas para uma abordagem mais abrangente.

ABORDAGEM

Este projeto enfatiza fortemente o mapeamento colaborativo como meio de superar desafios. A plataforma OSM assume um papel central, atuando como uma ferramenta crucial que facilita a cooperação para preencher lacunas cartográficas. As lições aprendidas com o projeto Tefé destacam a eficácia dessas colaborações e demonstram o potencial de capacitar as comunidades locais.

Reconhecendo os desafios potenciais na entrega de equipamentos, intricacias logísticas durante o trabalho de campo e condições climáticas imprevisíveis, o projeto baseia-se nos insights derivados da iniciativa Tefé. Apesar desses obstáculos antecipados, a equipe mantém uma dedicação inabalável para reunir dados inestimáveis por meio da utilização de tecnologias inovadoras, incluindo Aeronaves Pilotadas Remotamente e Receptores GNSS. A resiliência da equipe diante dos desafios reforça o potencial inerente de sucesso do projeto.

Expandindo a abordagem abrangente estabelecida no projeto Tefé, o Projeto de Mapeamento Colaborativo no Médio Solimões incorpora uma estratégia multifacetada que abrange seminários, oficinas, coleta de dados de campo, instalação de bases GNSS e voos de Aeronaves Pilotadas Remotamente. O objetivo principal é capturar imagens de alta resolução e reunir dados para análises geográficas, contribuindo assim para uma representação mais precisa e abrangente da região em mapas.

RESULTADO E IMPACTO

A coleta de dados aéreos tem aprimorado o monitoramento dos dados desatualizados no OpenStreetMap, especialmente na comunidade de São Luís do Macarí, que sofre frequentemente com deslizamentos de terra, causando mudanças constantes em seus mapas. O treinamento de estudantes locais facilitou o monitoramento regular da área, melhorando o acesso para órgãos públicos. Isso é crucial, pois as crianças dessa comunidade, que não possuem uma escola local, precisam percorrer mais de 2 km através da floresta durante a estação seca para chegar ao local de estudo. A comunidade sofre há muito tempo com deslizamentos de terra, tornando os dados de campo essenciais para analisar e monitorar esses eventos.

Além disso, pesquisadores brasileiros desenvolveram e implementaram a tecnologia GNSS de baixo custo para enfrentar problemas de cartografia desatualizada, especialmente em regiões remotas como a Amazônia. Apoiados pelo Humanitarian OpenStreetMap Team e em colaboração com o Centro de Estudos Superiores de Tefé e a Universidade do Estado do Amazonas, essa tecnologia fornece dados milimétricos precisos, essenciais para mapeamento com drones e projetos de mapeamento de custo efetivo. Apesar dos desafios como o acesso à internet em áreas remotas, esses métodos inovadores mostram um potencial significativo para que profissionais e pesquisadores locais atualizem bancos de dados geográficos, aprimorem o mapeamento detalhado de áreas propensas à erosão e engajem comunidades no gerenciamento ambiental e no planejamento de prevenção de desastres. Esse progresso tecnológico fortalece a resiliência e as capacidades locais.

LIÇÕES APRENDIDAS

O Projeto de Mapeamento Colaborativo do Médio Solimões reitera a importância do engajamento local e da colaboração para superar desafios cartográficos na Amazônia brasileira. Ao empregar tecnologias inovadoras e aproveitar a plataforma OSM, o projeto não apenas visa preencher lacunas cartográficas, mas também busca capacitar as comunidades locais, preservar a diversidade cultural e ambiental e contribuir para o desenvolvimento sustentável na região.

O caminho proposto envolve o processamento e análise dos dados coletados, atualizações contínuas no OSM e disseminação dos resultados por meio de conferências, artigos científicos e diversos canais. Essa abordagem promove o compartilhamento de conhecimento e incentiva iniciativas semelhantes em outras regiões da Amazônia e ao redor do mundo. As experiências adquiridas com o projeto Tefé fornecem uma base sólida para o sucesso do Projeto de Mapeamento Colaborativo no Médio Solimões.

PARCEIROS

• Universidade Federal de São João del-Rei
• Centro de Estudos Superiores de Tefé da Universidade do Estado do Amazonas
• Defesa Civil de Tefé